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A carga de energia verificada em dezembro no Sistema Interligado Nacional apresentou variação positiva de 10,5%, em relação ao mesmo período do ano anterior ao alcançar 79.896 MW médios. A informação é do Boletim de Carga Mensal publicado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. Em relação ao mês de novembro houve redução de 1,3%. No acumulado do ano, a carga do SIN apresentou uma variação positiva de 5,1% em relação a 2022.
Considerando as taxas de crescimento da carga ajustada em relação ao mesmo mês do ano anterior, onde são excluídos os efeitos de fatores fortuitos e não econômicos sobre a carga, a alta no SIN é de 8,6%, segundo a tabela abaixo.
O ONS analisa que colocando lado a lado a carga de dezembro, a diferença pode ser justificada pelas temperaturas acima da média histórica nas regiões Sudeste/Centro Oeste e Sul do país causadas pelo El Niño, influenciando positivamente na dinâmica da carga. Outro fator destacado é a melhora no desempenho da indústria, com redução de estoques e aumento do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), para 81,2%.
A variação positiva de 8,6% da carga ajustada, demonstra que os fatores fortuitos tiveram impacto de 1,9% sobre desempenho da carga do SIN. Cabe ressaltar que, em dezembro/2022 foi verificado um comportamento atípico, abaixo do normal na carga, em função da Copa do Mundo no Qatar.
Submercados
A carga verificada em dezembro no SE/CO apresentou uma variação positiva de 12,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Comparado a novembro houve queda de 1,7%. No acumulado dos últimos 12 meses o maior subsistema do país apresentou uma variação de 4,2% em relação ao mesmo período anterior.
Das condições climáticas, desta que para a precipitação abaixo da média e temperaturas máximas acima da média histórica. Lembra que por deter cerca de 60% do consumo industrial do país, esse indicador é bastante influenciado pelo desempenho desse setor. Por isso, cita dados da Confederação Nacional da Indústria – CNI onde aponta que em dezembro último 2023, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu 0,6 ponto, passando de 50,4 para 51,0 pontos. Segundo a CNI, a indústria mantém-se confiante, pois o índice está acima da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança da falta de confiança.
Além disso, a instituição também destacou o componente Índice de Condições Atuais, que subiu 1,1 ponto, indicando melhora nas condições da economia e das empresas, enquanto o Índice de Expectativas permaneceu estável, subindo 0,3 ponto e continua apontando otimismo para os próximos seis meses.
No último mês de 2023 o Sul indica variação positiva de 2,7% em relação à carga do mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de novembro, verifica-se uma variação positiva na carga de 2,5%. No acumulado dos últimos 12 meses o subsistema Sul apresentou uma variação positiva de 2,6% em relação ao mesmo período anterior. O destaque foi para o total de precipitação acumulado no mês de dezembro que ultrapassou a média histórica no Rio Grande do Sul e no oeste de Santa Catarina e a temperatura máxima apresentou valores entre a média e acima da média histórica nas capitais.
Já no Nordeste a houve variação positiva de 12,4% em dezembro quando comparada à carga do mesmo mês do ano anterior. Com relação a novembro verifica-se uma variação negativa de 1,7%. No acumulado dos últimos 12 meses o subsistema Nordeste apresentou uma variação positiva de 6,4%, em relação ao mesmo período anterior. Nesse submercado, o ONS também relacionou o desempenho a questões climáticas com temperatura máxima que permaneceu acima da média histórica em todas as capitais. O total de precipitação apresentou anomalia negativa para todas as regiões do Nordeste, exceto no Rio Grande do Norte, no centro-leste da Paraíba e no leste de Pernambuco por conta da atuação do Vórtice Ciclônico dos Altos Níveis (VCAN), sistema meteorológico típico de verão.
O subsistema Norte apresentou uma variação positiva de 12,4%, na carga verificada em dezembro. Com relação ao mês de novembro houve redução de 5,2% e no ano alta de 13,2% em relação ao mesmo período anterior. A retomada de carga de um grande Consumidor Livre da Rede básica observada a partir do segundo semestre de 2022 explica parte dessa expansão. Tanto que se o crescimento da carga desse consumidor fosse expurgado do cálculo, a taxa de crescimento para o subsistema seria de 10,1%.
O ONS lembrou que houve condições negativas de chuva em quase todas as regiões do Norte, sendo exceções: litoral do Pará e oeste do Amazonas e com temperaturas máximas acima da média histórica em todas as capitais.